Estruturar e traduzir valores e visões de marcas tem sido o centro do meu trabalho. E se há algo que aprendi ao longo deste tempo, é que uma marca só se torna relevante quando se alinha, por dentro e por fora. Ganhando coerência, presença forte, clareza e capacidade de inspirar confiança.
Já era tempo de aplicar esse mesmo princípio à minha…
Ao longo dos últimos anos, construí um percurso profissional transversal nas áreas do marketing, da comunicação e da gestão de marcas. A minha prática combina estratégia com execução, visão criativa com planeamento, e posicionamento com design. E, se o meu trabalho passa precisamente por conjugar estes elementos de forma holística, era inevitável chegar o momento de aplicar esse mesmo processo a mim própria.
O meu logótipo anterior nasceu numa fase muito embrionária do meu posicionamento, mais emocional, com forte carga pessoal e uma ligação directa à minha assinatura. Tinha a sua função: marcar presença e começar a comunicar, enquanto outras prioridades estratégicas e operacionais pediam mais a minha atenção (como serviços, portfólio e presença digital). Agora, com esse terreno mais consolidado, fazia sentido alinhar o meu universo visual com a maturidade que fui adquirindo.
Os tempos mudam, e nós mudamos com eles.
Este rebranding assinala um marco, de maturação, maior presença visual e conceptual, uma clareza intencional que elimina ruídos e dúvidas e um design pensado para transmitir confiança e profissionalismo, em todas as plataformas e formatos.
Monograma
O novo símbolo principal da marca é um monograma com as iniciais NG, de Natália Grosso, integradas num único sinal. Simples, pessoal e directo na sua intenção.
É uma composição desenhada com base no Princípio Gestalt. Mesmo com partes ausentes (como a perna do N ou parte do G), o cérebro completa automaticamente a forma, num exercício intuitivo de leitura e reconhecimento.
Para além da sua estrutura sólida, o monograma foi desenhado com ângulos ligeiramente arredondados, que foi uma escolha consciente para equilibrar a geometria rígida com uma sensação de proximidade. Esta suavidade subtil reflecte uma abordagem mais feminina, individual e acessível, alinhada com a minha forma de estar e comunicar. Ao contrário de composições mais rectas e sóbrias, estes contornos tornam o símbolo mais acolhedor, sem comprometer a sua assertividade.
É um símbolo que, ao contrário do antigo, sugere:
- Confiança, por ser sólido e bem definido;
- Maturidade, por abandonar qualquer recurso decorativo;
- Autenticidade, por não se prender a soluções genéricas.
O monograma funciona como marca principal, mas também como elemento visual destacado em diferentes contextos (desde redes sociais e apresentações até ambientes digitais mais institucionais). A sua construção sólida permite que seja reconhecido de forma autónoma, mas também se adapta com naturalidade à convivência com outros elementos de identidade, como a tagline ou o ícone da lâmpada.
A partir desta base, desenvolvi um padrão visual com o monograma repetido a 45 graus e baixa opacidade, pensado para reforçar a identidade da marca de forma mais subtil em fundos e animações. Esta nova linguagem gráfica permite que a identidade se mantenha consistente, reconhecível e flexível, o que abre espaço para variações ajustadas a cada canal de comunicação, seja num registo mais formal e corporativo ou num tom mais informal e digital.
Ícone
Mantive a lâmpada como parte do universo visual, mas simplifiquei, refinei e retirei-lhe o protagonismo.
A versão anterior integrava um cérebro no interior da lâmpada, o que gerava ruído visual, dificultava-me a escalabilidade e abria margem para leituras demasiado literais (ou mesmo ambíguas).
Nesta nova fase, a lâmpada assume-se apenas como símbolo conceptual, uma referência visual ao pensamento criativo, à estratégia, à ideia no seu estado mais puro. A sua nova forma é mais minimalista, versátil e contemporânea, o que permite aplicações em escalas reduzidas, materiais promocionais, padrões ou animações.
Antes de lançar este logótipo, algumas pessoas interpelaram-me sobre a possibilidade da lâmpada ser confundida com o símbolo de uma casa de electricidade.
Essa associação é totalmente compreensível. A lâmpada é, visualmente, um ícone que muitas pessoas ligam automaticamente ao universo da energia. É uma leitura rápida, quase automática e isso reflecte uma expectativa comum: a de que os símbolos das marcas expliquem de forma imediata o que a marca faz.
Mas as marcas mais memoráveis raramente seguem essa lógica.
A Apple não tem computadores no logótipo. A Nike não tem sapatos. A Lacoste não tem roupa. E a maçã, o swoosh e o crocodilo ganham reconhecimento e significado pela consistência com que são usados, pelo contexto em que aparecem e pelos valores que representam.
Naturalmente, estas são marcas com décadas de presença global. Ainda assim, o princípio é o mesmo, o símbolo torna-se relevante não pelo que mostra, mas pelo que representa.
No meu caso, a lâmpada é uma metáfora visual. Representa pensamento criativo e visão estratégica.
Paleta
Mantive a paleta cromática anterior, mas agora com maior controlo de contraste e consistência.
- O borgonha traz sofisticação, seriedade e energia. É uma cor emocionalmente quente e contida, com uma carga subtil de feminilidade, entendida aqui como abertura, escuta e uma forma de estar relacional, empática e genuinamente comprometida com as necessidades reais das pessoas e das marcas.
- O cinza claro funciona como contraponto moderno: associado à calma, equilíbrio e leveza. Traz contraste e contemporaneidade à composição, sem cair em tons saturados ou modas passageiras.
A combinação é distinta no universo do marketing e branding, porque evita cores saturadas na área e fórmulas visuais repetidas, mostra mais da minha personalidade sem cair em modas passageiras.
Tipografia
A tipografia é um dos aspectos mais evidentes desta mudança.
Abandonei a caligrafia anterior, mais afectiva e informal, e adoptei uma fonte sem serifa, limpa, de peso equilibrado e elevada legibilidade. A escolha aqui também foi simbólica. Marca uma transição clara para uma comunicação mais estruturada, com maior maturidade profissional e rigor visual.
Esta opção reforça:
- A minha necessidade de operar com clareza em ambientes digitais;
- A minha visão enquanto profissional de branding e comunicação de marcas com ambição;
- A minha capacidade de integrar contextos corporativos e institucionais com coerência.
Tagline
A tagline mantém-se clara e directa: “Marketing & Comunicação”.
Este posicionamento verbal complementa a identidade visual com transparência e foco, e define o território onde actuo: no cruzamento entre estratégia de marca, direcção criativa e execução planeada.
Posicionamento
Este rebranding surge num momento de maior afirmação do meu percurso.
Continuo disponível enquanto profissional independente, com autonomia e método, mas com especial interesse em colaborar com estruturas mais estratégicas, onde possa contribuir com visão, continuidade e responsabilidade.
Mais do que projectos pontuais, procuro contextos de envolvimento real, onde possa participar activamente na construção de marcas com propósito, em ambientes que valorizem pensamento a longo prazo, colaboração e inteligência de marca.
Esta nova identidade, mais que uma actualização estética, foi feita para representar o que eu ofereço e a consequência natural de um percurso mais estruturado, consciente e alinhado ao impacto que pretendo gerar. Seja em colaborações independentes ou integrando equipas, o objectivo é sempre a construção de valor a longo prazo.
O propósito mantém-se como alicerce, e este rebranding é a sua expressão mais clara duma evolução que se vê e se sente, por dentro e por fora.
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